Ana Correia Costa | 2023-05-11
Centrado na forma de "Construir um futuro sustentável e inclusivo", o debate que decorreu ao longo da tarde de quinta-feira, em Matosinhos, no âmbito do Fórum da Sustentabilidade e Sociedade, reuniu José Pedro Sousa, da mesa-redonda da New European Bauhaus, Pedro Mesquita, vice-presidente do Clube da Criatividade de Portugal, e Miguel Namorado Rosa, diretor de Suporte Corporativo da Caixa Geral de Depósitos.
Uma "visão proativa e construtiva" sobre sustentabilidade norteou a análise de José Pedro Sousa, professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto que integra a mesa-redonda da New European Bauhaus, uma iniciativa da Comissão Europeia que reúne especialistas de várias áreas com o objetivo de aproximar o Pacto Verde Europeu das pessoas, com base na sustentabilidade, acessibilidade e estética.
Começando por elencar vários dos problemas com que o Mundo se debate - da finitude dos recursos naturais à invasão da Ucrânia -, um "tom um bocadinho negativo" pelo qual se desculpou, o arquiteto adiantou que existe uma série de ações já a decorrer no âmbito do movimento da New European Bauhaus, de que são exemplo seis projetos-piloto. Como o "Bauhaus dos Mares", que está a ser liderado pelo Instituto Superior Técnico, num consórcio que envolve vários países.
"Também a educação é decisiva para esta transformação cultural que se pretende que a New European Bauhaus tenha", sublinhou José Pedro Sousa.
Defendendo o "ecodesign como princípio de mudança", Pedro Mesquita, vice-presidente do Clube da Criatividade de Portugal, lembrou que esta é uma aposta que ajuda a "minimizar o impacto ambiental". E exemplificou com a produção de vestuário amigo do ambiente e de lápis fabricados a partir de resíduos, que na Índia têm ajudado a purificar o ar que as crianças respiram. "Os agentes de mudança somos todos nós", vincou Pedro Mesquita, reconhecendo, contudo, que o Mundo está perante "um desafio difícil".
Diretor de Suporte Corporativo da Caixa Geral de Depósitos, Miguel Namorado Rosa salientou que também "os bancos têm uma enorme responsabilidade, através do financiamento dos seus clientes". Falando sobre "financiamento do desenvolvimento sustentável", o responsável da CGD lembrou o exemplo dos créditos para habitações com eficiência energética.
"Por trás da palavra sustentável está a palavra desenvolvimento", frisou Miguel Namorado Rosa. E vincou: "vivemos num mundo cada vez mais desigual, e com desigualdade não pode haver sustentabilidade".
O Fórum, que decorre em Matosinhos, no salão nobre da Câmara, pretende ser um espaço de discussão sobre os desafios e as políticas de sustentabilidade.