Adriana Castro | 2023-05-12
Para cumprir as metas definidas pela União Europeia até 2030, alerta Georgios Papadimitriou, administrador da Galp para as Renováveis, Novos Negócios e Inovação, é preciso "agilizar o sistema de emissão de licenças e autorizações". O empresário discursou esta sexta-feira no Fórum da Sustentabilidade e Sociedade.
"A Galp está numa viagem de transição", nota o administrador da Galp, Georgios Papadimitriou, acrescentando que a empresa aplica 50% das despesas de capital "em investimentos de baixo carbono". Recordando o início da sua carreira profissional, o empresário observa que "a diretiva europeia [à data] de atingir 20% de energias", numa altura em que a energia eólica era ainda "pouco significativa", era uma meta "muito pouco expressiva".
"Na altura parecia demasiado ambicioso e aqui estamos, em 2023, entre esta crise global, climática, e no meio deste tumulto e de um conflito armado. E dissemos, enquanto Europa, no ano passado, que queríamos passar a 42% a energias renováveis apenas em sete anos. É um número inacreditável", afirma.
Mas para Georgios, é preciso, em primeiro lugar, garantir que estas ações no terreno são feitas a "custos acessíveis", até porque não é possível "libertar-nos de um dia para o outro dos combustíveis fósseis". "São 82% do consumo global", observa o administrador da Galp, olhando para a transição energética como algo "inevitável". "Faz todo o sentido para o planeta, mas também faz sentido economicamente falando", reconhece. "A questão é "quando". Pode requerer várias décadas", admite Georgios Papadimitriou. Além disso, "para fazermos a descarbonização, precisamos de agilizar o sistema de emissão de licenças e autorização". Já Lee Hodder, vice-presidente da Galp, tinha feito essa referência na quinta-feira, no primeiro dia de cimeira.
"Empresas não podem fazer isto de forma isolada"
Certo é que, "a Europa não está sozinha", mas é preciso garantir que "que a União Europeia permanece na linha da frente da inovação". "A Europa era produtora de painéis. Depois foi excluída pela China. Precisamos de mais financiamento. Precisamos de tecnologia, ao nível dos 70/80%. É aí que precisamos de investir dinheiro na inovação para garantir que a Europa mantém-se na linha da frente", insiste Georgios.
Mas "as empresas não podem fazer isto de forma isolada". "Precisamos das pessoas e de educar, tal como o presidente da República disse esta manhã, quando falava sobre a alma da sustentabilidade. Precisamos que as pessoas acreditem e estejam conscientes e aceitem o que estamos a fazer", apela o administrador da Galp.