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Sustentabilidade "não é um problema de resiliência, é um problema de mudança"

Ana Correia Costa  |  2023-05-12


Focado nos "Objetivos e Políticas para uma Europa Sustentável", o debate que marcou a manhã desta sexta-feira no Fórum da Sustentabilidade, que decorreu em Matosinhos, juntou quatro especialistas que diagnosticaram problemas e discutiram estratégias.

Francisco Madelino, que preside à Fundação INATEL, observa que "há uma enorme dificuldade de colocar a sustentabilidade social" e, socorrendo-se de uma breve análise semântica, nota que "o problema não é de resiliência, em que há um choque e volta tudo ao igual", mas de "resistência, que é resistir para mudar". "Não é um problema de resiliência, é um problema de mudança", vinca.

"Corremos o risco, nesta discussão, de ter uma visão tecnocrática, que é manter tudo como está", alerta o responsável da INATEL.

"Como é que se cria um contrato social para quem tem um dólar aceite que não tem acesso à energia? E foi sempre sobre energia ou alimentação que houve as guerras", recorda.

Francisco Madelino chama a atenção para o "risco de não traduzir [a discussão] em indicadores de desigualdade social e de género, de conciliação das empresas com as famílias...".

Declarando-se"otimista por natureza", o presidente da Agência Nacional de Inovação, António Bárbara Grilo, crê que "é possível a mudança dentro do sistema", e lembra a "capacidade extraordinária das sociedades e dos seres humanos de conseguirem ultrapassar problemas e de resolverem grandes problemas que já existiram no passado, como fomes e guerras".

"Somos capazes, através da ciência e da tecnologia, mas, também, de novas formas de organização social, de ultrapassar" a situação de crise, designadamente a climática, que se vive, sustenta.

João Tudela Martins, que é administrador executivo da Caixa Geral de Depósitos, lembra a importância de "apoiar os clientes na transição" energética.

António Bárbara Grilo, presidente da Agência Nacional de Inovação​​​​​​,​ focou a importância de valorizar as pessoas doutoradas, enquanto agentes com capacidade para promover mudanças nas empresas.


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